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Black Mirror, mais que ficção: recursos tecnológicos e virtuais aqui e agora!
Black Mirror, hoje, produzida pela Netflix, é uma série de ficção científica, que explora como, em um futuro próximo, a natureza humana e a tecnologia fazem parte de um elenco em constantes conflitos éticos e sociais.
Apesar das narrativas com intenção distópica, em muitos episódios, é possível notar que alguns dos conflitos já acontecem de hoje, nas nossas relações com o universo virtual e na maneira como reconstruímos nossas relações sociais, conceitos e modo de vida com base na tecnologia. Claro, com alguns ajustes, em forma de metáfora, em maior ou menor intensidade, mas, assustadoramente, acontecem!
Um dos nossos episódios preferidos – e que relata uma realidade bem próxima da que vivemos hoje nas redes sociais – é o “Queda livre”, primeiro da terceira temporada.
O palco é uma sociedade cujo o status do indivíduo é validado no “mundo real” com base na pontuação que recebem em um perfil virtual. A nota máxima é 5. Mas pessoas com menos de 4 já começam a ser consideradas de “outra” categoria.
Todos, com seus smarts phones em punho, avaliam aqueles com quem se relacionam instantaneamente (inclusive aqueles que não conhecem), assim como pontuam o que amigos e colegas postam.
Pessoas com baixa participação, adesão e baixa pontuação nos perfis virtuais são tidas como páreas, insignificantes e sem espaço na dinâmica social. Pessoas com alto score são a realeza. Pelo menos até que alguém diminua as suas notas; aí, é ladeira abaixo.
Ah, é importante dizer que as pontuações virtuais oferecem possibilidade e regalias para quem tem altas pontuações ou, no caso de baixos scores, impossibilitam o acesso a coisas práticas, como fazer parte de um condomínio de casas, alugar um carro melhor, entrar como visitante em um condomínio residencial fancy, etc. Há, ainda, agências especializadas em melhorar a reputação online das pessoas.
Nesse contexto, o capítulo narra a trajetória da jovem adulta, Lacie Pound, desesperada para ser notada por seu perfil virtual, e a aventura da personagem para chegar ao casamento luxuoso da melhor amiga de adolescência. O que fará com que ela consiga pontuação alta por se relacionar com pessoas com alto score e, por fim, atinja seu objetivo de ascensão social.
Ao longo da jornada, a tecnologia e o modus operandi social favorecem ou atrapalham a protagonista. Ela, por sua vez, tem a oportunidade de ficar de cara observar e refletir, junto com o espectador, as contradições e ironias desse sistema social.
No entanto, ao chegar ao destino, nada sai como o planejado, Lacie se vês às voltas com o aspecto cruel do sistema e… Paro aqui! Para contar mais, eu diria que começaria o spoiler.
Reflete aqui comigo, alguma semelhança com o que já vivemos? Soa parecido? Um mundo onde as aparências do virtual ditam o real? Pois é… Distopia? Ou realidade? Deixo a reflexão : )
O episódio também relata outras situações e possibilidades virtuais da tecnologia para o nosso cotidiano. A maioria, bem plausível em um futuro próximo, como uma lente de contato implantada nos olhos e que funciona como interface para a leitura do campo virtual.
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